Hello there.
This is the Portuguese version of my report on CGW’s Summer Tournament held in late January 2012. If you missed the original article in English you can check it here.
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Salve Leitores!
Acabei demorando um pouco mais do que gostaria para escrever este relato sobre o 1º “Torneio de Verão” realizado pelo Clube Gaúcho de Wargames, mas fatores alheios a minha vontade (Forças do warp? O Valter?) conspiraram para que eu sempre postergasse escrever este artigo desde que retornei de viagem. Não mais.
Como já havia mencionado aqui no blog, viajei no último mês de janeiro para participar do 1º Torneio de Verão promovido em Porto Alegre, mais especificamente na cidade de Canoas/RS, pelo Clube Gaúcho de Wargames.
Sob a batuta do “patrão” Monty o pessoal do clube conseguiu uma vez mais promover um encontro extremamente divertido onde o mote era justamente esse: A diversão dos participantes.
Vários amigos tem me perguntado o porquê de eu viajar mais de dois mil quilômetros para jogar um jogo de miniaturas (popularmente conhecidos como “bonequinhos”) com um bando de caras com quem me relaciono através da internet. Bom, eu até posso responder isso com uma resposta lógica que implica basicamente em ter de me deslocar até onde esse tipo de evento acontece já que aqui onde moro existem poucos jogadores e, até agora, nenhum torneio ou encontro de jogadores.
A verdade é que mesmo antes de participar do 1º “Torneio de Inverno” promovido pelo clube eu já conversava bastante com alguns membros do clube. A minha visita por ocasião daquele torneio só fez estreitar os laços de amizade e hoje tenho essa turma como bons amigos com quem gosto de conversar, tomar uns tragos, dar risadas e, claro, “jogar bonequinhos”.
Assim, cheguei em PoA na sexta feira ao meio dia e após esperar um tempinho pelas malas encontrei o Francisco “Phantasma” no saguão de desembarque do aeroporto já acompanhado dos outros dois “gringos” que participariam do torneio, o André “Streem” (do Vlog ReLOAD) e o Enéas, ambos de São Paulo. Pouco depois chegou o brother Ismael pra dar-nos uma carona ao nosso primeiro destino do dia, almoço numa churrascaria (afinal ir ao Rio Grande do Sul e comer outra coisa senão churrasco é um desperdício de viagem). Já de barriga cheia passamos o resto da tarde fazendo o que wargamers fazem quando se reúnem, ou seja, falando bobagem e sobre miniaturas enquanto aguardávamos o restante do pessoal para tomarmos umas cervejas no “by night”.
O Fred “4irw4lk3r”, mestre etílico experiente versado nos meandros da capital gaúcha, levou a trupe para tomar umas num “pub” local e depois de varias “Crujas” a maioria de nós optou por se recolher e preparar para o final de semana de batalhas imaginárias.
No sábado chegamos cedo ao local do evento, uma vez mais o salão de festas cedido pelo Phantasma, onde encontramos as mesas já montadas e prontas para receber os jogadores. O torneio teve ao todo 10 inscritos, porém dois deles acabaram se atrasando. Como havia bastante tempo durante o final de semana para a realização das 5 rodadas optou-se então por realizar duas rodadas no sábado e três no domingo concedendo assim aos participantes algum tempo para conversar e trocar experiências, bem como bastante conversa mole, e até mesmo disputar alguns amistosos.
Além de bisbilhotar os jogos alheios e jogar bastante conversa fora com o pessoal usei esse tempo para dar uma olhada mais de perto nos cenários do evento. Quem acompanha o blog do CGW pôde, como eu, acompanhar o desenvolvimento dos cenários que comporiam as mesas dos torneios (se não acompanhou pode conferir os posts aqui, aqui e aqui) e admito que estava bastante curioso para ver como elas tinham ficado.
Das cinco mesas montadas para o evento, três delas contavam com cenários que me eram familiares, posto que tinham sido empregados no 1º Torneio de Inverno em 2011, mas, duas das mesas apresentadas agora eram inéditas: A mesa Eldar, com suas estruturas de wraithbone e formações de rocha vermelha, e a mesa dos cogumelos, inspirada na mesa “Fungus World” do pessoal do estúdio Blue Table Painting (que pode ser conferida num vídeo aqui).
Ainda que a mesa Eldar, pintada pelo Vitor, do blog “Vamos Ver no Pano Verde”, tenha ficado bastante legal a mesa dos cogumelos foi de longe a minha mesa favorita apresentada nesse evento (mesmo com a pintura incompleta) já que com seus diversos níveis e passagens “subterrâneas” (ok, era só por baixo do cogumelo maior ao centro) a mesa adicionou elementos táticos ao jogo bastante diferentes do habitual. Não bastasse isso, quando efetivamente joguei na mesa fiquei com a impressão de maior imersão no jogo já que frequentemente era necessário abaixar-me para poder vislumbrar os alvos que minhas miniaturas conseguiam efetivamente enxergar (o que declaradamente foi a intenção da GW ao adotar nessa edição a “True Line of Sight”). Tudo isso é de longe mérito uma vez mais do Monty que concebeu e executou a mesa, ficando agora a vontade de revê-la em breve com um paintjob caprichado do Vitor.
Bom, voltando ao torneio, com a chegada do Erico o torneio pode enfim começar. Ainda teríamos um “by” na primeira rodada (o qual o Monty se ofereceu para ser), mas pelo menos o restante dos jogadores poderia começar a jogar. Fui emparceirado contra o Bitten e seus Space Wolves para a primeira rodada o que de cara me deixou preocupado já que o Bitten havia assumido o posto de bicho papão do Phan ao vencer grande parte dos jogos disputados antes do torneio com o pessoal do clube. O consenso entre o pessoal era que a lista dele, com dois Rune Priests e seus poderes psiônicos, era devastadora. A partida contra ele acabou sendo bastante divertida e disputada do começo ao fim sem que um dos lados conseguisse se colocar em flagrante vantagem (mesmo com os constantes raios lançados pelos Rune Priests detonando minhas unidades) ao longo dos seis turnos da partida. Sendo assim a partida terminou num justo empate.
Meu segundo jogo foi disputado contra o Enéas e seus Eldar. O Enéas usa uma lista Eldar conhecida lá fora como “footdar” (algo como “eldar a pé”), defendida por muitos como a única opção de lista competitiva para os Eldar na atual situação das regras do 40K. A lista se baseia em múltiplas unidades de eldar guardians a pé e um avatar tornando-os fearless o que gera para o jogador desse army um enorme volume de tiro a média distância e a capacidade de vencer oponentes por atrito já que vai sobrepujar o oponente em números o que lhe concede uma vantagem.
A partida tinha tudo pra ser bastante divertida, mas uma divergência acerca das regras do jogo, especificamente o momento em que uma unidade que esteja fugindo (“falling back”) seria obrigada a testar para reagrupar, acabou azedando a partida. O jogo terminou com uma vitória para mim obtida nos últimos momentos do último turno quando um único marine sobreviveu a uma saraivada de tiros Eldar garantindo-me um objetivo contra nenhum do oponente.
Com isso concluímos o primeiro dia do torneio e embora eu estivesse com vontade de continuar por ali e jogar uns boardgames com o pessoal do clube, o cansaço do dia (e a falta de uma carona pra voltar depois) acabou fazendo com que eu optasse em ir para o hotel descansar um pouco, afinal de contas seriam três jogos no dia seguinte.
No domingo fui emparceirado para a 3ª rodada contra o Phantasma. Diferente do último torneio, onde ele usou uma lista casca grossa de Orks, dessa vez o cara capitaneava um army de Daemons of Chaos. Admito sem vergonha que jogar contra ele me intimidava, não só por que o cara é um oponente muito competente e competitivo, mas também por que tive um desempenho pífio contra o army de Daemons nas duas oportunidades em que enfrentei oponentes com esse army (no Torneio Polar do Clube Tropas Polares em 2011). Sendo assim optei por um deploy meio covarde deixando boa parte de minhas tropas fora da mesa em reserva.
Acabou que durante o jogo consegui abater boa parte dos Daemons concentrando fogo neles, assim, seria melhor ter minhas tropas na mesa desde o inicio. Esse erro acabou me custando muito caro quando no último turno, a única miniatura sobrevivente do Phan, com um único wound, foi capaz de contestar o objetivo dominado por minhas tropas, conquistando um justo empate para seu “Evil Master”.
Na quarta rodada foi a minha vez de enfrentar o rolo compressor kabalita: Erico e sua “Cabala do Inferno Verde”! Tive o prazer de enfrentar o cara na minha mesa favorita do evento, a mesa dos cogumelos, numa partida muito legal. Os Dark Eldar realmente justificaram sua fama de excelente exército e tive muita dificuldade em eliminar por completo as unidades inimigas, que justificaram cada ponto pago nos flickerfields. No final fui uma vez mais contestado no objetivo que dominava e o Érico arrancou de mim um empate.
Minha partida final foi contra o brother André Streem. O cara é um bom amigo com quem gosto de jogar sempre que temos oportunidade apesar da grande distância que nos separa. Tivemos uma partida bem legal com diversos lances memoráveis, mas que, infelizmente, acabei perdendo (encerrando minha invencibilidade contra o André) por não conseguir eliminar completamente as unidades do cara que engajei ao longo da partida.
No fim das contas acabei conquistando o prêmio de “Melhor Army Pintado” (com o André Streem e seus Salamanders em segundo e o 4irw4lk3r e seus Dark Angels em terceiro) e um terceiro lugar como “Melhor General” atrás do André Streem em segundo e do Érico em primeiro lugar (para os resultados oficiais confira aqui). Além disso, me diverti horrores uma vez mais na companhia dos amigos do CGW falando muita bobagem, dando risadas e jogando bonequinhos.
No geral fiquei bastante satisfeito com meus resultados já que consegui conquistar o prêmio para o qual realmente me dedico (as imagens a seguir mostram o esmero com o qual me dediquei à esse army ao longo de um ano) assim como consegui o que considero um bom resultado no que diz respeito à minha performance como jogador ilustrando o ponto de que não é necessário ter sempre seu exército baseado no mais recente set de regras lançado (Os Black Templars tem hoje um dos codexes mais defasados), e que dá para se divertir e jogar competitivamente fazendo uma lista focada mais no background do army do que nas escolhas mais taticamente competitivas.
Senti falta do Vitor e do Alex, que tiveram compromissos importantes e não puderam participar dessa vez e fico aguardando o próximo encontro com essa galera. Agradeço uma vez mais a excelente recepção e o carinho e a atenção com que sempre sou tratado por essa turma! Agradecimentos especiais ainda ao Monty e ao Bitten, que organizaram o evento e despenderam grana e esforços para o divertimento de todos, ao Phantasma e ao Ismael, que recepcionaram os gringos no aeroporto e aturaram nosso papo furado estoicamente, ao Fred por levar a galera pra tomar “cerveja de verdade”, ao Rici por uma vez mais compartilhar os dotes culinários de sua família com a galera e por fim agradecer ao Ismael, ao Enéas e ao Streem pela ajuda no imbróglio do celular perdido!
Pra finalizar com chave de ouro a cobertura do evento feita pelo André para o ReLOAD e lembrando que quem quiser conferir mais fotos do evento pode fazê-lo aqui:
Que venha o próximo evento!
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